Durante muito tempo, assistimos á proliferação das florestas desorganizadas, impregnadas de eucaliptais e espécies invasoras, explorações intensivas e todo um conjunto de “medidas” desrespeitosas para com a natureza, que, aliadas às alterações climáticas, se revelaram todo um problema a que a nossa geração tem que dar resposta.
Desde há largos anos que muitos, como nós na Grean, que tiveram o privilégio de crescer em contacto directo com largas áreas florestais por perto, ouvimos falar em alterar a paisagem. Mais concretamente, a partir de 2017, após os desastrosos incêndios que assolaram Portugal, essa expressão ficou ainda mais latente no nosso pensamento. Porquê? Porque o centro de Portugal ficou “despido”, com as áreas florestais a serem dizimadas, quase por completo. E isso apresenta-se como uma oportunidade única no desenho florestal. Então, e porquê alterar a paisagem? O que significa? Quais os benefícios? Qual o rumo a seguir?
Temos que promover a plantação de espécies nativas, autóctones. E não apenas espécies para corte. A economia florestal vai muito além do corte e abate de árvores. As extrações de produtos como a resina, as arvores e arbustos frutíferos, a apicultura. Todas estas actividades estão intrinsecamente ligadas à floresta, e geram cadeias de valor.
Obviamente, a exploração dos recursos florestais, como os produtos extraídos directamente através do abate a transformação de árvores, são fundamentais para certas áreas do país. No entanto, ter áreas que são cuidadas e onde se potencia o crescimento florestal durante décadas, sem abate, é fundamental enquanto contrapeso para estas actividades.
Este planeamento, ao permitir um crescimento continuado das nossas áreas verdes, vem contribuir activamente para o aparecimento/desenvolvimento das actividades de turismo natureza e desporto aventura nas áreas intervencionadas. Estas áreas, mais rurais, necessitam deste tipo de novas cadeias de valor associadas à grande riqueza natural existente, que nos cabe a nós proteger e potenciar.
Dias solarengos, florestas cuidadas e caminhadas na natureza. Uma combinação de excelência-
Numa perspectiva da defesa da biodiversidade, as acções que defendemos são em prol da defesa do território e dos ecossistemas envolvidos. Uma floresta planeada acaba com o sobre uso dos solos, eliminando as espécies invasoras que acabam com os recursos existentes e acabar com as grandes áreas de monocultura florestal, que não trazem benefícios a longo prazo.
Por último, a prevenção e combate aos grandes incêndios. As florestas desorganizadas, são uma das grandes dificuldades que o território enfrenta, quando falamos em incêndios florestais. Uma floresta planeada e com manutenção regular e adequada, com o uso correto de território, sem sobreexploração florestal, com faixas de contenção, delineadas pelas autoridades competentes, são grandes forças auxiliares na prevenção e combate dos incêndios florestais.
